REFORMA PROTESTANTANTE
Reflexões e Aplicações para Hoje

Muitos cristãos se dizem protestantes pelo simples fato de não pertencerem à Igreja Católica Romana. Mas em que os protestantes e evangélicos diferem do catolicismo? Na questão doutrinária! Mas e as práticas? Será que são totalmente contrárias as do catolicismo medieval?

Vejamos alguns desvios que comprometeram a igreja medieval e que ainda hoje rondam a igreja brasileira:

Escândalos e desvios morais
Este mal tem causado sérios danos na cristandade espalhada pelo mundo. Nem mesmo os católicos romanos da atualidade escapam desse mal. Pedofilia, fornicação, adultério e outros pecados sexuais comprometem a integridade do corpo de Cristo na terra. Denominações históricas, herdeiras diretas da Reforma como algumas igrejas Luteranas, Presbiterianas, Metodistas abrem portas para sacerdotes gays, transexuais e fazem até a ordenação de lésbicas . Precisamos reafirmar os pilares bíblicos propagados pelos reformadores.

Apego demasiado ao poder
Outro aspecto negativo que assemelha a igreja protestante da atualidade à igreja católica medieval, é a prepotência e arrogância dos que não atentam para a exortação bíblica de não serem avarentos. Muitas igrejas se tornaram em negócios, seus líderes, empresários da fé. O oposto disso, é visto como maldição. Pastores construindo impérios, estabelecendo igrejas como herança para seus filhos, obtendo enriquecimento exacerbado enquanto muitos do rebanho de Cristo padecem com necessidades básicas não assistidas. Jamais esqueçamos, a igreja não é uma denominação, é o corpo de Cristo na terra. Ela tem dono, o próprio Jesus.

Intolerância religiosa
Não! Esse não é um crime cometido apenas pelos opositores da fé cristã, mas pelos próprios cristãos. Em Jerusalém, os judeus odiaram tanto os cristãos que promoveram meios de mata-los. A igreja medieval se tornou perseguidora ferrenha dos que não aderiam a fé católica. Até mesmo os reformadores, como Calvino, consentiam com a morte daqueles que não aderiam à fé da reforma em Genebra. E hoje? A igreja brasileira sofre desse mal, um ódio até certo ponto, velado contra irmãos que pertencem a outras tradições. Intolerância quanto à questões teológicas, denominacionais e até mesmo raciais. O pentecostalismo resolveu o problema racial na periferia dos Estados Unidos com o Movimento da Rua Azuza, liderado pelo pregador negro William Seymour. No Brasil, o proselitismo denominacional tem se tornado em uma campanha ferrenha nas redes sociais, excomunhão virtual e aversão a outras opiniões. No coração, corremos o risco de lançar no inferno qualquer um que não creia da mesma forma que nós. Precisamos rever isso.

Desvios da verdade Bíblica
Semelhante a igreja de Corinto, sempre existiu partidarismo entre os crentes em toda história. A cristandade se divide em 1054 com o Grande Cisma entre o Oriente e o Ocidente. A humanidade foi dividida por causa da igreja. Entre os próprios reformados, tinha os que seguiam a Lutero, outros a Calvino e outros a Zwínglio. Foram instrumentos nas mãos de Deus, mas não puderam evitar esses desvios. Pessoas deixaram de olhar para a Bíblia e passaram ao que os homens diziam sobre ela. Essa é uma prática até hoje crida e professada pelos Católicos no mundo, o papa e a Igreja exercem autoridade sobre a Bíblia. No meio evangélico não é diferente, tendemos a idolatrar homens e mulheres pelo que fazem, sem ao menos julgarmos se essas atitudes condizem com as Escrituras ou não. A atenção voltada para as pessoas pode nos levar a cometer os mesmos erros delas. Precisamos olhar para a Bíblia e perseverar na doutrina de Cristo dada aos apóstolos.

Precisamos de uma nova Reforma?
Não! Não precisamos. Uma nova reforma seria como um atestado de invalidade da que ocorreu em 1517. Não precisamos de uma nova igreja ou de um novo cristianismo. O que precisamos é, VOLTAR. Dá uma ré, voltando aos princípios bíblicos da Reforma:

Por uma contínua Reforma,

Pr. Járber Sousa.
Vice-presidente da AD em Pedreiras e autor do livro: Reforma Protestante, uma abordagem pastoral do movimento que revolucionou o mundo, e Diretor Acadêmico do Instituto SERVUS.