NÃO REMOVA OS MARCOS DOS TEUS PAIS

Não removas os limites antigos que fizeram teus pais (Pv.22.28)

Não mudes o marco do teu próximo, que colocaram os antigos na tua herança, que    possuíres na terra, que te dá o SENHOR, teu Deus, para a possuíres. (DT 19.14)

Maldito aquele que arrancar o termo do seu próximo! E todo o povo dirá: Amém! (DT 27.17)

O termo antigo é adjetivo masculino que significa um tempo muito longo, se referindo tanto ao futuro quanto ao passado. Pode abranger a duração de vida de uma pessoa; um período de muitas gerações; o tempo além desta esfera temporal (Deus/eternidade). O termo também se aplica a muitas coisas associadas a Deus, tais como seus decretos, seus concertos e o Messias (Gn 9.16; Ex 12.14; Mq 5.2[1]). Esta palavra descreve a extensão de tempo em que deve ser obedecido e louvado (1Cr 16.36; Sl 89.1[2]; 119.112).

Isto implica que, o que era pecado no Éden, é pecado, hoje. O que era santidade no Éden, é santidade, hoje.

O profeta Zacarias advertiu os exilados, vindo do cativeiro Babilônico, para que não fossem como os antigos (antepassados), que se recusaram a ouvir aos profetas anteriores. Os antigos não obedeceram aos limites estabelecidos pelos pais – Moisés.

Quando Salomão escreve “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais. ”, está se referindo a “pequenas pedras semelhantes a pilares usadas como demarcador de terras que mostrava um limite onde não se poderia ultrapassar. Na Linguagem de Hoje (NTLH) o texto fica mais claro: “Não mude de lugar os marcos de divisa de terras que os seus antepassados colocaram”.

Há duas aplicações para este versículo: A primeira é literal; aqueles que possuem terras, terrenos, campos, fazendas, não devem mudar de lugar a ‘cerca’, ou seja, o marco de localização, de definição da divisão das terras com o propósito de ganhar um pedacinho a mais enganando o seu próximo. A segunda aplicação é figurada; aplica-se aos princípios morais, ou seja, os pais geralmente são mais conservadores e colocam limites mais severos, porém os filhos têm a tendência de serem mais liberais permitindo uma decadência de princípios e valores morais.

Esse texto nos ensina a prática da integridade (íntegro; inteireza moral, retidão,), a prática do respeito (consideração; obediência) e a prática da justiça (poder de decidir sobre os direitos de cada um, de premiar e de punir). O versículo não está ensinando que todas as tradições dos antepassados devem ser mantidas intactas, apesar de sabermos o valor de nossa herança histórica.

O teólogo Erwin Lutzer lembra: “Todos somos propensos a universalizar nossas próprias convicções pessoais; queremos tornar absoluto o que deveria ser relativo”. Não podemos valorizar a forma em lugar da essência; não podemos transformar preceitos (regra, norma) em princípios (código de boa conduta pelos quais alguém governa a sua vida e as suas ações); não podemos tornar absoluto aquilo que é relativo; não podemos transformar tradições em doutrinas; não podemos desprezar a interpretação bíblica em nome de justificativas injustificáveis. Quando fazemos isso, prejudicamos a nós mesmos e a comunidade cristã!

Num tempo em que grande número de Igrejas evangélicas está se enveredando por caminhos dúbios precisamos colocar em pauta reflexões sobre a relevância da manutenção dos marcos que foram postos pelos nossos pais; MARCOS que fundamentam os valores e os princípios bíblicos da igreja do Senhor Jesus Cristo.

É inegável que vivemos uma época de grande instabilidade da Igreja evangélica quanto a sua fidelidade aos marcos sobre os quais foi estabelecida. São muitas as novidades que surgem, a cada dia, e rapidamente são disseminadas entre as Igrejas.

Mudamos a forma de culto, a expressão do nosso louvor, a maneira de orar, o comportamento reverente no templo, a fidelidade às doutrinas e aos BONS COSTUMES, nem tanto com vistas a alcançar e agradar o Deus adorado, mas, muito mais, com o propósito de proporcionar melhor ambiente e satisfação aos participantes daquele ato. Não poucas vezes este recurso, este modismo, ganha força nas Igrejas que se justificam pelos resultados numéricos obtidos, ou ainda pela aprovação dos novos adeptos.

Deus impôs limite a todas as coisas na criação: ao mar, ao sol, à terra, à lua, aos animais e também ao homem. Limites são condições que não devem ser violadas ou ultrapassadas, pois quando assim acontecem consequências se instalam e males nos sobrevêm. 

Vivemos em uma sociedade que já perdeu totalmente a referência de limites: filhos não dão a devida consideração e respeito aos pais; pais se excedem com filhos; alunos não consideram professores, meliantes matam policiais; alguns cidadãos não respeitam as autoridades; jovens e torcidas organizadas depredam patrimônio público; motoristas bebem e vão dirigir, colidem e se recusam a soprar o bafômetro, e etc. O mundo vive um momento de caos social, porque perderam o valor dos marcos dos bons costumes antigos e removeram os limites que lhe deram seus pais, bem como os limites espirituais que o Pai celestial nos delegou.

Se quisermos deixar como herança uma Igreja saudável para nossas crianças, juniores, adolescentes e jovens, devemos permanecer vigilantes e lutar contra as sutis investidas que o mundo pós-moderno tem infligido contra o verdadeiro evangelho.

O apóstolo Paulo, na sua oração em favor dos Colossenses faz a seguinte declaração: “…oro para que transbordeis de pleno conhecimento da Sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual, a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1.9,10).

Portanto, é nosso dever nos desviarmos de qualquer abordagem oportunista deste século.

MARCOS QUE NÃO PODEM SER REMOVIDOS:

  1. MARCO DOUTRINÁRIO
  2. Consagração de obreiros só batizados no Espírito Santo;
  3. Disciplinar publicamente os faltosos que houverem cometido escândalo;
  4. Consagração ao ministério pastoral só de homens;
  5. Não batizar crianças;
  6. Santa Ceia só aos batizados em comunhão (há igrejas que servem a ceia a qualquer um);
  7. Só batizar em águas os que demonstram verdadeira conversão;
  8. O falar em línguas como evidência do batismo no Espírito Santo, etc.
  9. MARCO LITÚRGICO
  10. Ênfase no louvor congregacional com Harpa Cristã;
  11. Louvor sacro sem danças e palmas;
  12. Não aceitar ritmos mundanos no louvor;
  13. Reverência e ordem nos cultos;
  14. Honrar e respeitar o pastor como autoridade divina constituída.
  15. MARCO DE PADRÃO DE VESTIMENTAS E COSTUMES CRISTÃOS
  16. Não vestir como o mundo;
  17. Valorizar a beleza interior e cristã e não o padrão mundano;
  18. Não usar tatuagens, brincos, piercing, argolas e outros;
  19. Usar linguagem sadias, sem gírias e parvoíces, piadas indecentes.
  20. MARCO DA SANTIDADE;

1Pe.1.15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver,

1Pe.1.16 porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.

  1. MARCO DO AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO
  • Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino.
  • Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
  • E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará
  1. MARCO DO CARÁTER CRISTÃO

O qual, sendo […] a expressa imagem da sua pessoa, ” (Hb.1.3). Este texto revela que Jesus é a expressão exata do caráter do Pai. Ele disse à Filipe: “quem vê a mim, vê o Pai”.

Em Gálatas 5.22,23 Paulo diz que é o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio. E contra essas coisas não existe lei. ”

Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele ande em comunhão com Deus.

O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que o crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.

Portanto, que os limites antigos que fizeram nossos pais na fé sejam mantidos. Amém!

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Bíblia Palavras Chave;
Comentário Bíblico Beacon;
ATI Champlim.