“Maturidade Espiritual: herança de uma igreja centenária”. Este é o tema da 72ª AGO de nossa Convenção. Certamente uma feliz constatação e o motivo de tamanha celebração no ensejo das comemorações dos cem anos das Assembleias de Deus no Brasil.

Maturidade espiritual foi o que levou a celebração do Centenário ao ápice.  Momento especial em que o povo assembleiano resolveu se unir para celebrar. A unanimidade foi resultado da maturidade. E tinha que ser assim. Naquele momento, pudemos lembrar não somente de Gunnar Vingren e Daniel Berg, mas de tantos outros pioneiros que doaram suas vidas. E lembramos também de tantos acontecimentos que marcaram nossas vidas para sempre, tantos milagres, tantas bênçãos alcançadas… Naquela apoteose aconteceu o que teria que acontecer. Todos juntos ali falamos a mesma língua, com a mesma alegria, disposição e o mesmo parecer.  Este quadro foi retratado de forma tão nítida e gloriosa que certamente configurou como um grande legado conquistado pela nossa Igreja.  Isto é o que podemos chamar de “herança centenária”.

A unidade vista no Centenário é emblema de uma igreja forte e vitoriosa, evidência da maturidade ministerial comprovada pela vida ativa de um ministério bíblico-operante e pelo cuidado dos obreiros demonstrado nos esforços empreendidos na conservação da genuína doutrina pentecostal, o qual é fator preponderante do crescimento e expansão das Assembleias de Deus no Brasil e além-fronteiras.

Nos primórdios da Igreja de Cristo na terra, seus obreiros foram acusados de descaso social. Mas eles atenderam o social sem, contudo, se privarem da dedicação à pregação e ensino  da Palavra. Veja: Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da Palavra(At 6.1-4). Foi exatamente isto o que os nossos primeiros obreiros fizeram, na prática, em relação às prioridades do exercício ministerial, a saber: ministração da Palavra, com mensagens ungidas, além de se esmerarem de forma a darem tudo de si a bem da obra de Deus.

Não havia a catalogação de hinos inspirados ou da boa música sacra. Por isso foi criada a Harpa Cristã, constituída primeiramente de 200 hinos; depois a nossa penúltima Harpa com 524 hinos, a qual durou vários anos. Até que foi lançada a nova Harpa, com os hinos por ordem de assunto. A disposição dos hinos por assunto não surtiu efeito positivo. Daí ter sido lançada a nossa atual Harpa, com nova numeração para os hinos antigos e acréscimo de outros igualmente inspirados, não no sentido rigorosamente teológico do termo. Eis mais uma evidência de maturidade de nossa igreja.

Evidências da maturidade de uma igreja centenária e consciente é ainda a constatação do crescimento do seu departamento de educação cristã, que teve na criação das “Lições Bíblicas” uma grande contribuição para este êxito.

E assim poderíamos relatar tantas outras evidências de maturidade da nossa querida Assembleia de Deus, cuja história é digna de toda a reverência, inclusive por parte daqueles que se querem fazer líderes a todo custo. Não conseguindo fazer parte do quadro de obreiros da nossa igreja, apropriam-se do nosso nome e emendam, às vezes, os mais grotescos apelidos a fim de se aproximarem de nossa querida e estimada “JEZIEL” = Assembleia de Deus.  Isso ocorre pelo destaque e presença da nossa igreja em  todos os rincões do país. Como relatou certo sociólogo norte-americano que esteve recentemente aqui no Brasil: “Por todos os recantos onde estive em terras brasileiras, presenciei três coisas: Coca-Cola, máquina Singer e uma igreja das Assembleias de Deus”.

Assim também pela sua MATURIDADE ESPIRITUAL que é o penhor desta herança centenária.