APRENDENDO A LIDERAR COM OS GRANDES LÍDERES DA BÍBLIA (parte 1)
Pr. Rayfran Batista da Silva
“…Todos os que as ouviram guardavam-nas no coração, dizendo: Que virá a ser, pois, este menino? E a do Senhor estava com ele” (Lc 1.66)
“Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque precederás o Senhor, preparando-lhe os caminhos” (Lc 1.76)
Dentre todos os personagens da Bíblia Sagrada, João o Batista é um dos que mais se destaca e nos chama a atenção. Ele foi, sem dúvida, uma testemunha fiel em tempos difíceis. (Lc 1.57-80). A vida e o ministério deste profeta, pregador e líder espiritual, devem nos servir de modelo, não somente porque viveu nos dias da história bíblica, mas principalmente porque cumpriu a sua missão com santidade, integridade e paixão diante de Deus e dos homens. A sua biografia é diferenciada e inédita em vários aspectos: seu nascimento foi profetizado, anunciado por um anjo de Deus e fruto de um milagre que o Eterno operou na vida de sua mãe Isabel; ele foi cheio do Espírito Santo desde o ventre materno; seu nome foi dado pelo Anjo Gabriel e significa “Deus é misericordioso”; alimentava-se e vestia-se de modo incomum; é com João, o Batista, que Deus quebra o silêncio profético de aproximadamente quatrocentos anos: “…E veio a palavra do Senhor a João, filho de Zacarias, no deserto” (Lc 3.2)
João Batista liderou e pregou tendo certeza do seu chamado
João Batista pertencia a uma família sacerdotal, mas de fato ele desenvolveu sua liderança e seu chamado como um fervoroso e habilidoso pregador. Ele era um verdadeiro profeta e se sentia tomado por sua missão. É interessante que ao lermos a biografia e o ministério deste líder, notamos logo de início, que Deus o levantou como seu mensageiro e estava com ele ainda que precisasse desenvolver o seu ministério em pleno deserto. Ele Passou na prova do sofrimento, mas não negou a natureza de sua mensagem.
João Batista liderou e dirigiu seu ministério pelo caráter
Aquele que convidava a todos para o batismo de arrependimento era um líder moralmente puro. Ele não abusou da influência que tinha na sociedade para seu próprio benefício ou para benefício de qualquer um de seus familiares. E, enquanto desenvolvia sua grande missão, pregava a fidelidade do evangelho e a fidelidade pessoal no evangelho de modo imparcial. O precursor de Cristo não negou o conteúdo da mensagem que Deus lhe mandou pregar. Não mudou a mensagem, não adulterou o seu conteúdo, nem ainda a descaracterizou.
João Batista pregou uma mensagem teologicamente correta enquanto exercia sua liderança espiritual
As Escrituras eram a fonte permanente de suas pregações. De quem estamos nós, nestes dias, recebendo influência? Da fonte perene e inesgotável que é a Palavra de Deus ou das fontes rotas da teologia liberal ou das filosofias humanistas? Se pararmos um pouco para tentarmos ouvir as grandes mensagens deste arauto de Deus, ainda hoje poderemos ouvir ecoando alguns sons como que saindo dos seus lábios: “Arrependei-vos porque é chegado a vós o reino de Deus”; “Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas...”; “Não te é lícito possuí-la…”; João Batista denunciou o pecado e o chamou pelo seu próprio nome. Em nenhum momento de seu ministério, o vemos tentando negar ou diminuir os efeitos do pecado na vida do ser humano. Seu ministério e sua mensagem foram tão coerentes e tão bibliocêntricos que Jesus mesmo os confirmou publicamente quando aceitou ser batizado por ele no rio Jordão e quando foi interrogado por dois de seus discípulos, Lc 7.24-35.
João Batista começou e terminou seu ministério com a sua mensagem centralizada em Jesus
Não havia dúvida no coração de João Batista de que o objetivo de seu ministério era preparar o caminho para a vinda e o ministério do Messias de Israel. Por isso, a sua mensagem era direcionada ao senhorio de Jesus Cristo: “Após mim vem um que é mais poderoso do que eu”. Ele teve uma visão da glória e do poder que envolveria o ministério do Messias e por isso afirmou: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3.16). Ele teve a revelação dos efeitos extraordinários do sacrifício de Jesus quando declarou: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, Jo 1.19. A ênfase da sua vida, bem como do seu ministério estava completamente direcionada à grandeza e ao senhorio de Jesus Cristo. Diante de um incentivo à sua autoglorificação, ele não hesitou sequer por um momento, e, então afirmou: “Convém que Ele cresça e que eu diminua”. Jo 3.30
João Batista exerceu sua liderança sendo uma testemunha fiel em um tempo de crise espiritual e política
João o batizador permaneceu humilde do começo ao fim do seu ministério. Ele tomou a decisão de não chamar a atenção para si, mas para Cristo. Foi ele quem ensinou os primeiros discípulos de Jesus Cristo. E, diante de tão grande exemplo, cabe-nos perguntar: o que estamos fazendo para preparar a próxima geração de líderes cristãos, que exemplos estamos deixando para a próxima geração de pregadores do evangelho? Este profeta líder, homem de Deus, viveu de um modo tão intenso na presença de Deus, procurando cumprir os propósitos divinos de uma forma tão dedicada que muitos chegaram a pensar que ele era o Cristo. Diante daqueles que pensaram dessa forma, ele tão somente respondia: “Eu sou a voz do que clama no deserto!” (Jo 1.23). O mundo de então era, politicamente dominado por Roma. Israel estava dominado pelo império romano. O sacerdócio hebreu havia se corrompido e estava escandalosamente comprometido com os interesses do reino dos césares. Porém, apesar de toda essa situação caótica e adversa, João Batista permaneceu fiel aos interesses do reino de Deus.
Nestes dias difíceis e trabalhosos, a igreja não precisa de líderes ou pregadores do tipo que se julga celebridades ou estrelas, que se contentam em exibições de seus muitos espetáculos ou andam em busca de louvores e altos cachês. Estes são aqueles que confundem o ministério com um tipo de comércio, e, confundem também a liderança espiritual com uma carreira política ou mesmo com um trampolim para enriquecimento ilícito. O que de fato a igreja de Deus precisa, é de líderes e pregadores de vida íntegra e piedosa como João Batista. Homens verdadeiramente comprometidos com Deus e com a sua Palavra, para fazerem a diferença como mensageiros fiéis no meio de uma geração caracterizada pela infidelidade. Que Deus nos ajude a imitar este líder e pregador modelo, cheio do Espírito Santo e de coragem para denunciar o pecado em nossa geração, e apontar ao pecador sem esperança, Jesus Cristo o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!
A Deus, toda a glória e todo o louvor!