Conhecendo e Praticando as Doutrinas da Nossa Fé.
A Doutrina da Triunidade.
Textos Básicos: Gn 1.1; 1.26; 3.22; 11.7, Is 6.8.

Introdução:

Cremos, professamos e ensinamos o monoteísmo bíblico, que Deus é uno em essência, unidade e divindade. Cremos que há três pessoas eternas e iguais entre si, idênticas em substância, mas distintas em existência – Pai, o Filho e o Espírito Santo. Uniformes em poder, glória e majestade e distintas em função, manifestação e aspecto. Vejamos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” Mt 28.19
As Escrituras Sagradas claramente revelam que a doutrina da Triunidade é real e verdadeira, e mostra que cada pessoa da Santíssima Triunidade possui todos os atributos divinos, tais como a onipotência, onisciência, onipresença, soberania, sabedoria e eternidade. A tradição Judaica interpreta Êx 34.6-7, como treze atributos de Deus. Cujos atributos, encontram-se no Pai e no Filho e no Divino Espírito Santo.

1º) A Bíblia Sagrada chama textualmente de “Deus” cada uma delas.
a. Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo o qual são todas as coisas, e nós também, por Ele. I Co 8.6,
b. Na benção apostólica: A graça do Nosso Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos II Co 13.13,
c. Ora, o mediador não é de um, “mas Deus é um”. Gl 3.20;
d. Pois há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. I Jo 5.7;
e. No batismo de Jesus, surgiu uma voz do céu que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Mt 3.16;
f. Na transfiguração de Jesus, surgiu uma nuvem e dela uma voz dizia: Esse é o meu Filho amado, a Ele ouvi. Mc 9.7,

2º) Embora a palavra Trindade, ou “Triunidade”, não está contida na Bíblia Sagrada. Ela foi empregada pela a primeira vez por Tertuliano, um dos mais importantes teólogos do período Patrístico. Ele usou esta palavra no desejo de descrever melhor o que as Escrituras Sagradas ensinam sobre a natureza do Deus Triuno. Pois, a doutrina da Triunidade existe para descrever a plenitude da divindade, que se fundamenta na tríplice manifestação de Deus, através dos eventos narrados no Antigo e Novo Testamento, conforme podemos observar em alguns verbos e pronomes indicando uma, ou mais pessoas, no texto sagrado.
a) “No princípio Deus criou os céus e a terra:” Gn 1.1, O verbo “criou” está no singular, e o sujeito Elohim, isto é Deus no plural, o que revela uma pluralidade na deidade. Neste caso, o monoteísmo do Antigo Testamento não é absoluto e permite a pluralidade na unidade divina como se verifica no Evangelho de João. 1.1
A Triunidade ensina que há uma comunhão eterna que já existia muito antes da todas as coisas, portanto, não foi uma invenção de Tertuliano e nem de outros Teólogos antes, ou depois dele. Foi apenas usado este termo para desenvolver a doutrina da sublime divindade, que se fundamenta na tríplice manifestação de Deus, nos eventos narrados nas Escrituras Sagradas.
b) Na criação do homem: “Façamos o homem”! O uso do pronome pessoal no plural indica a existência da divina Triunidade, tornando-se a primeira indicação clara e evidente da Triunidade de Divina. Gn 26-a,
c) A imagem e semelhança “a nossa imagem, conforme a nossa semelhança”! Gn 1.26-b, – A palavra hebraica que é correspondente a imagem é a mesma que significa sombra. As Escrituras dão entender, que o homem foi feito a imagem e semelhança de Deus. – Pois da mesma forma que uma sombra é projetada sobre o solo, ela torna-se semelhante à pessoa causadora dela. Contudo, sabemos que a sombra no solo não tem a mesma substância da pessoa que a projetou! Mas, o perfil desta, corresponde a forma da pessoa que a causou. Exemplo: Olhando-se a sombra é possível se fazer uma ideia de como pode ser determinada pessoa, de igual modo se admitirá que, contemplando-se o homem, tem-se uma ideia aproximada da semelhança de Deus.
Com isto não estamos afirmando e nem tem sentido para isto, que Deus tenha braços, pernas, nervos, tendões e músculos como nós. Estamos falando da semelhança que existe, entre a pessoa de Deus e o homem. Esta verdade está implícita na Encarnação de Cristo. Quando Deus Se manifestou neste mundo, para que os homem pudesse vê-lo e conhecê-lo em semelhança de homem. Fp 2.6-8 e Hb 1.2-3; 2.14-18
Uma vez que a Bíblia afirma seguramente que Deus é Espirito. Jo 4.24, vejamos o correlato com Lucas 24.39, quando O Senhor Jesus disse: Vede minhas mãos e meus pés, que sou Eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um “espirito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho”.

3º) O Senhor Deus disse “Eis que o homem é como um de nós”. Gn 3.22, neste texto aparece pela segunda vez o pronome pessoal da primeira pessoa do plural, indicando outra, ou outras, pessoas juntas. Nisto fica claramente entendido que a doutrina da Triunidade está altamente comprovada como real e não há quem possa contestar isto.
a) Na construção da torre de Babel. “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem”. Gn 11.7, aqui também, o tempo do verbo é o mesmo. Então a quem podemos atribuir além do Filho e do Espírito Santo, que o Senhor DEUS tenha feito este convite? “VINDE E DESÇAMOS” Aqui está outro ponto forte na unidade da Triunidade. João escreveu: “Ele estava no principio com Deus”. Todas as coisas foram feitas por intermédio DELE, e, sem Ele, nada que foi feito se fez. Jo 1.2-3
b) Na visão de Isaias 6.8, […] “A quem enviarei, e quem há de ir por nós”? A voz procedia do templo. Esse pronome utilizando sempre o plural deixa um espaço mais completo sobre a Triunidade, encontrada no Novo Testamento. Mt 11.27; Jo 5.23; 10.30; 14.9,28; At 5.32; 10.36; 20.28; Rm 10.9; Cl 2.8-9; I Ts 3.11; A doutrina da Triunidade no Novo Testamento é claramente explicita. Vejamos como o apóstolo Pedro registrou esta doutrina: Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicado. I Pe 1.2

4º) O Antigo Testamento está repleto de textos que revela as frequentes aparições de Deus através do Filho. Sempre tratado como “O Anjo do Senhor”! Em todas as aparições do Senhor Jesus no Antigo Testamento somente Ele é tratado com esta linguagem “O Anjo do Senhor”. Um sinal da Divindade. Os outros anjos são tratados como um anjo do Senhor. Gn 21.17 compare Lc 1.11;2.9.
a) O Anjo do Senhor é uma teofania, ou, seja uma automanifestação de Deus. Ele fala aqui como Deus, identifica-se como Deus e reivindica para si o exercício das prerrogativas de Deus. Gn 16.7-14, 22.11-18, 31.11-13; Êx 3.2-7; Jz 2.1-5, 5.23, 6.11-20, 13.3-22; Zc 1.12-14, 3.1-2, 12.8,
b) Nestes e em muitos outros textos revelam claramente que a doutrina da Santíssima Trindade não se trata de três deuses, como ensina a teoria conhecida como “triteísmo”. A Triunidade não trata-se de três manifestações de uma mesma pessoa como ensina a teoria conhecida como “sebelianismo”. A Trindade também não são três elementos essenciais de um Deus, como ensina a teoria conhecida como “swedenborgianismo”.
c) Entanto hoje temos o correto ensinamento por meio da Nossa Declaração de Fé, que com um ensinamento fundamentado na Bíblia Sagrada, definiu seguramente a doutrina da Santíssima Triunidade. E uma Triunidade em unidade, como sendo três pessoas eternamente “inter-constituídas”, “inter-relacionadas,” “interexistentes” e inseparáveis dentro de um único ser e de uma única substância.
d) O apóstolo Paulo distingue de forma bem clara as Três Pessoas da Triunidade dizendo: “Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo”. E também há diversidade ministério, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. I Co 12.4-6
Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. Ef 4.4-6

CONCLUSÃO:
Textos que falam claramente da Triunidade: Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim. João 15.26
E a vida eterna é esta que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; e agora glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo. João 17.3-5