MISSÃO, VISÃO E VALORES
ENFOQUES DIRECIONADOS A DOIS SERVOS DE DEUS: Rayfran Batista e
Paulo Canavieira
Samuel Batista de Souza *
Nesta vida, é sempre bom quando refletimos, enquanto Deus assim nos permite, sobre o pensar e o realizar coisas que realmente nos dão proveito. Essas são algumas das atitudes que devemos tomar, com o fim de alcançarmos o tão desejado sucesso na terra.
Para começar este singelo artigo, faço algumas indagações com base nas palavras que inicialmente o ensinam: Você sabe o que é Missão? Tem compreendido o real significado de Visão? Esforça-se para agregar Valores, almejando o cumprimento da Missão e Visão?
Na vida secular e na vida espiritual há muitos “panos para as mangas” quando refletimos sobre os princípios aqui mencionados. Iniciemos pelo lado da vida secular, tomando por empréstimo breves fundamentos da administração, firmados nos quais podemos alçar voos na caminhada terrena. Eles se reportam ao planejamento, organização, cada um com seus delineamentos, tais como: natureza e propósito, objetivos, tomada de decisão e a formulação de diretrizes, a fim de que os planos sejam colocados em ação.
Para compreendermos o significado da Missão é necessário sabermos que ela comunica a razão de ser de uma organização, o que ela tem a oferecer aos que a procurarem.
A Visão, por sua vez, nos remete para a descrição do futuro, ou seja, aonde queremos chegar, quais as nossas metas, focando, obviamente, no futuro. A Visão nos servirá como motivação, ou seja, teremos que nos movimentar para alcançarmos os objetivos pretendidos.
Quanto aos Valores, eles devem estar presentes e serem compartilhados, porquanto são eles que influenciam os comportamentos, atitudes e decisões tomadas.
Com essas breves considerações, volvamo-nos para as indagações feitas inicialmente: Você sabe o que é Missão, compreende o que é Visão? Então, qual a visão de sua vida, que missão você tem a cumprir na terra? Você tem agregado valores, a fim de que tudo seja cumprido cabalmente ou, como diziam e dizem os mais antigos, “cumprindo à risca”, “riscando certo e cortando certo”?
Ao respondê-las, por certo o amado irmão se preocupará com as coisas concernentes ao Reino de Deus, mesmo tendo o que realizar em prol de si mesmo e de sua família, obviamente.
Missão, no Reino de Deus, importa em afirmarmos que conhecemos as Palavras que são espírito e vida, examinamos as Escrituras que a respeito dele, Jesus, testificam (Jo 5.39), renunciamos a nós mesmos, carregamos a nossa cruz (Mc 8.34), proclamamos com alegria a salvação, sem termos de que nos envergonhar (Rm 1.16), manejamos bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15) para a nossa edificação, nela arraigados, edificados e confirmados na fé (Cl 2.6,7).
São tantas coisas, muitos de nós dirão, de que precisamos para “essa tal de visão”, como alguns ousariam assim se expressar. Sim, elas se fazem necessárias, pois sem elas nada do que foi feito terá sido concretizado com eficácia, serão apenas “marcas do que se foi” ou apenas “sonhos que vamos ter”.
À luz dos ensinamentos do apóstolo Paulo, na segunda carta direcionada a seu filho na fé, Timóteo, somos recomendados a guardar a Palavra, ensiná-la, nela permanecermos e anunciá-la em todo tempo (2 Tm 1.13; 2.15; 3.14; 4.2).
Volvendo nosso olhar para a Missão, também cresce a nossa responsabilidade, a partir de quando passamos a relembrar que “no princípio era o Verbo, o Verbo se fez carne (Jo 1.1,14); o Espírito do Senhor veio sobre Ele para fazer cumpridas as escrituras proféticas (Lc 4.18,21). Ele passou a pregar e a ensinar as multidões (Lc 4. 14,15), operar maravilhas, sinais e prodígios, transmitindo tudo isso aos Seus discípulos, enquanto as multidões se maravilhavam Dele. Estamos, sim, nos reportando à pessoa de Jesus. Ele foi levado ao Calvário (Is 53.4,5; Jo 19. 17-30). Ali, humilhando-se a si mesmo, e, sendo obediente até a morte e morte cruz (Fp 2. 8), consumou o plano redentivo de Deus (Jo 19.30), voltou para o céu de onde veio, voltará do céu para levar o povo que ele escolheu, ao tempo em que deseja que todos se arrependam e sejam salvos (At 17.30; 1 Tm 2.4) e, uma vez que a porta da graça um dia se fechará (Ap 3.20; Tt 2.11; Ef 2.8), os que entrarem por ela (Mt 7.13) participarão do Grande Banquete Celestial que muito em breve acontecerá (Ap 19.7).
Ufa! Tenho que aprender e praticar tudo isso? “Só isso” lembra o professor em sala de aula quando ministra a matéria, faz a revisão com questionários, para então cobrar na hora da prova o “só isso”! O aluno precisa, então, estar preparado.
Escrevo estas poucas palavras para homenagear dois ilustres homens de Deus: pastores Rayfran Batista e Paulo Canavieira, bem conhecidos de nós, especialmente dos obreiros maranhenses.
Quanto ao primeiro, conheci ainda jovem, participando dos vários Congressos da Mocidade das Assembleias de Deus em nosso Estado, promovidos pela juventude em São Luís. O jovem Rayfran não estava de terno, mas portava sua gravata, a Bíblia e a pasta contendo o material do congresso; não perdia uma reunião e liderava o grupo de jovens que vinham da igreja de que ele também era membro. Sabíamos, na época, de onde vieram, quem era o pastor, e muitas vezes até o que eles faziam. Eram já possuidores de uma Visão das coisas de Deus e por certo também compreendiam a Missão a cumprir na obra do Senhor, agregando para si e para os demais companheiros os autênticos Valores do Reino de Deus em toda a sua plenitude. Assim aconteceu, isso é maravilhoso aos olhos do Senhor.
Por certo, foi a boa semente plantada no coração de Rayfran Batista pelos seus pais, quando ele ainda era menino. A boa semente germinou, e tendo germinado cresceu, e tendo crescido floresceu, e uma vez florescido frutificou. Não precisa ir muito adiante para relatar que, mais tarde, agora jovem pastor, convidado, veio para São Luís, e foi na capital maranhense que mais uma vez constatamos quanto Deus faz e recompensa o trabalho que aqui na terra é feito para a glória do Seu nome e do Senhor Jesus, em favor daqueles que o Servem fielmente.
Pois bem, ele foi designado para dar continuidade ao trabalho da Assembleia de Deus em São Luís na Cidade Operária, hoje Área 15 de Trabalhos Pastorais da igreja na capital maranhense. A obra prosperou, uma vez que a Área sob seus cuidados pastorais se expandiu e, com isso, não tardou em ser dividida para dar vazão a uma nova Área.
Nesse meio-tempo, centenas de pessoas foram ganhas para Jesus, crentes também batizados no Espírito Santo, homens e mulheres discipulados para realizarem e continuarem o trabalho do Senhor. Enquanto novos crentes eram acrescentados às fileiras dos salvos, a igreja na Área 15 deu início à construção de um novo templo, pois o antigo tornara-se pequeno para abrigar o número de fiéis. O pastor Rayfran liderou essa construção com vários mutirões e dezenas de operários, até que a obra foi concluída e inaugurada solenemente.
Aconteceu que o pastor Rayfran (e sua família), em São Luís, anos depois recebeu o convite do saudoso pastor Meton Soares, líder da AD em Santa Inês para ali substituí-lo, uma vez que ele já não sentia muita força para prosseguir com sua missão pastoral naquela cidade.
Para que assim acontecesse, seria necessário o processo de transição para o qual a igreja na Área 15 fora convocada a se colocar, antes, no altar da oração e pedir ao Senhor o substituto do pastor Rayfran. A tristeza não mais teve seu lugar, uma vez que o escolhido para liderar o trabalho na Área de Trabalhos Pastorais foi o novel pastor Paulo Canavieira.
Convite aceito, pastor Rayfran passa a direção do trabalho na Cidade Operária ao jovem pastor Paulo Canavieira.
Em Santa Inês, pastor Rayfran vem consolidando o trabalho do saudoso pastor Meton, alargando o espaço da tenda da Assembleia de Deus daquela cidade, ao mesmo tempo em que labora na seara literária evangélica, não somente escrevendo seus artigos, coordenando a circulação de periódicos, mas também produzindo excelentes livros, preciosas joias de ensinamentos da Palavra de Deus, versados nas áreas da vida cristã, missão pastoral, discipulado e outros interessantes títulos.
Paulo Canavieira, em São Luís, por sua vez tem um lugar na história da igreja: Há anos, congregava-se na Cidade Operária, trabalhando como um verdadeiro operário do Reino de Deus. Ele começou a cooperar no trabalho do Senhor como vendedor do jornal “Mensageiro da Paz” e outras literaturas evangélicas. Mais tarde, foi professor da Escola Dominical, liderou grupo de adolescentes da nossa EBD, entre outras tarefas excelentes, quando então foi indicado e aceito ao diaconato da igreja em São Luís.
Recordo que o pastor Rayfran Batista fora convidado para ministrar a Palavra de Deus em dos cultos da família, no Templo Central, realizados sempre no último domingo de cada mês pelo departamento da família, então sob os nossos cuidados.
Para essa tarefa, ele fora previamente contactado. Ocorre que, no dia do referido culto, pastor Rayfran avisou-nos que não poderia comparecer, mas enviaria um substituto, como de fato o fez. Algumas pessoas não gostaram, pois almejavam ouvir o pastor Rayfran, e o substituto indicado para essa missão seria um diácono, o irmão Paulo Canavieira. Ao final do culto, aqueles irmãos manifestaram o contentamento pela mensagem que lhes fora pregada. Deixamos bem claro para eles que o homem é apenas o instrumento a quem Deus usa, pois Ele tem compromisso com Sua Palavra. Várias pessoas aceitaram a Jesus na noite desse dia, o culto foi muitíssimo abençoado. Glória a Deus!
Tempos depois (há mais de doze anos), o diácono Paulo Canavieira foi consagrado ao Santo Ministério. Não tardou muito, conforme assinalamos nas linhas acima, pastor Rayfran deixou o pastorado da Área, disposto em atender ao convite formulado pelo saudoso pastor Antônio Meton Soares. Tristeza para os crentes da Cidade Operária, porém de muita alegria para a Igreja Assembleia de Deus em Santa Inês. Ao final, tudo deu certo e a alegria ainda reina em ambos os lados.
Deus tem os seus caminhos, que não são os nossos e todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam ao Senhor, sem que se aja por força ou violência, mas deixando que o Pai Eterno direcione tudo conforme apraz o Seu Santo Espírito.
Finalizo este artigo para assinalar que o autêntico cristão que se coloca disponível para a Obra do Senhor sempre será um bem-aventurado, abençoado mesmo, ainda mais quando por trás desse homem está uma grande mulher e com ele uma família abençoada.
É o caso dos pastores Rayfran Batista e Paulo Canavieira: Suas respectivas esposas, as missionárias Iranilde e Francisca, são como a mulher referenciada em Provérbios 31.10-31 e Salmos 128.3. Elas cuidam da sua casa, do marido, dos filhos e da Obra do Senhor. Elas também oram, leem a Palavra, meditam na Palavra e vivem a Palavra.
Queridos pastores Rayfran Batista e Paulo Canavieira, prossigam! Haverá sempre grande recompensa para quem serve a Deus com inteireza de coração (1Co 15.58). Juntos às suas famílias e a Igreja celebrem com ações de graças os maravilhosos feitos do Senhor.
Celebrem com cânticos! Continuem sendo os guerreiros preparados para a grande luta. Jesus o Capitão avante vos levará. A vitória será alcançada, mesmo no lance imprevisto! Lancem sempre a mão ao arado, constantes sejam, pois ao final, esquecendo os vossos lidares, tribulações e pesares, no céu desfrutareis a perfeita paz! Sejam sempre os bons soldados de Cristo (1 Tm 2.3,4). A Ele a glória eternamente!
(*) Diácono da Assembleia de Deus em São Luís – MA.