Tema: A PECAMINOSIDADE DO HOMEM

Texto:

“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23)

INTRODUÇÃO

                 Cremos na pecaminosidade do homem que o destitui da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaura-lo a Deus (Rm 3:23; At 3:19).

O quinto item do nosso cremos, trata sobre a pecaminosidade do homem, assim como de sua destituição da glória de Deus. Expõe e defende também o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo como o único meio de restaurar o homem a Deus (Jo 3:14-17; Rm 5:8)

Além da Hamartiologia, esta exposição se dará sob o foco da Antropologia e da Soteriologia bíblica, para que tenhamos melhor entendimento acerca da questão do pecado, bem como da restauração do homem a Deus.

  1. CREMOS NA PECAMINOSIDADE DO HOMEM.

A palavra pecaminosidade é um substantivo feminino que está relacionada ao caráter, fazendo inerência ao que é pecaminoso. Essa palavra é derivada de pecaminoso, ou seja, daquilo que tem a natureza do pecado, cheio de pecados, que procede ou resulta da prática do pecado.

1.1. A origem do Pecado

A primeira manifestação do pecado foi na esfera angelical, ou seja, no mundo angélico, a saber, na terra, muito antes de Deus criar o homem. É bom lembrar que a criação dos anjos e dos outros seres celestiais, não aparecem em nenhum dos seis dias da criação ou da recriação, isto é, não se deu junto com as outras criaturas conhecidas, pelo menos é o que nos mostra Gêneses 1:1-3; 2:1-25. De acordo com Isaías 14:13,14 e Ezequiel 28:12-16, Lúcifer habitava na terra, conhecida como a terra original, jardim do Édem ou Édem mineral, onde originou-se o pecado.

  1. CREMOS QUE POR CAUSA DO PECADO, O HOMEM FICOU DESTITUÍDO DA GLÓRIA DE DEUS.

2.1. Definindo o que é pecado

Num conceito geral, pecado é desobediência a Deus. Porém para um melhor entendimento do assunto, estudaremos as três palavras que melhor definem o termo desobediência:

  1. a) Pecado – a palavra “pecado” conforme se encontra em nossas versões, vem da palavra hebraica “hãttã’th”, que origina-se da raiz hebraica “hãtã” traduzida na septuaginta (LXX) pela palavra “hãmãrtia”, que significa errar o alvo. É o mesmo que apartar-se voluntariamente do bem.
  2. b) Iniquidade, do hebraico ãwôn que tem os seguintes significados: maldade, erro, pecado, culpa, enfermidade moral etc., no grego essa palavra é ‘ponêria’ que traz a conotação de malícia ou maldade. Essa palavra quando utilizada no plural traz o sentido de atos maliciosos.

A iniquidade é um outro tipo de desobediência descrita na Bíblia, como algo que fere o sentimento amoroso e a equidade de Deus. “Toda a iniquidade é pecado: e há pecado que não é para morte” (1 Jo 5:17).

  1. c) Transgressão, do hebraico, “pecha” que significa ir além dos limites estabelecidos por Deus; no grego existem três palavras principais que denotam o conceito de transgressão: a) “parabasis”, que traz a conotação de violação, desobediência; b) “anomia” e significa “violação da lei”, “desordem”, “anarquia”, ou ainda “declínio para a margem esquerda ou direita da linha da santidade”. Literalmente falando, isso quer dizer “ir além do limite traçado” (1Jo 3:4,8); c) “paraptoma”, que traz o sentido de rebelião, quebra de confiança. O apóstolo Paulo desenvolve esta descrição dos humanos como “quebradores de confiança” usando a palavra “paraptoma” (Rm 5:15).

A transgressão propriamente dita é um ato de desobediência consciente e deliberada. Paulo descreve isso, quando se referiu ao pecado de Adão no sentido geral. Então ele diz: “No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Rm 5:14).

 2.2. O pecado na experiência humana

Como vimos no primeiro ponto, o pecado teve origem no mundo angélico, porém ele se entendeu à raça humana mediante a tentação ocorrida no Edém e bem assim pela cedência do homem diante da tentação conforme em Gênesis 3:1-34.

Antes do pecado existir na experiência humana, o homem vivia em estado de plena comunhão com o seu Criador e usufruindo de Sua glória (Sl 8:5), porém pecado destitui o homem da glória de Deus.

 Ao pecar, Adão ficou alienado, separado ou destituído da glória de Deus. O apóstolo Paulo ratifica isso quando escreve a sua carta aos romanos, diz ele:  “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm  3:23).

A palavra destituído, do grego “hustereo” significa sofrer necessidade ou estar destituído. Podemos inferir que com o pecado o homem sofreu perdas tais como: a) da comunhão com Deus (Gn 3:8-10, 24), b) da posição do governo (Gn 1: 28), c) dos aspectos do caráter divino (Gn 1:26; Rm 3:23).

III. CREMOS NA OBRA EXPIATÓRIA E REDENTORA DE CRISTO.

 A palavra expiação no hebraico, “kaphar” que literalmente significa “cobrir”. A expiação refere-se ao ato originado e finalizado por Deus pelo qual um judeu crente tinha, provisoriamente a culpa e a penalidade dos seus pecados cobertos. A expiação era consumada, mas o pecado era apenas coberto.

No Novo Testamento, a obra expiatória compreende a nossa reconciliação com Deus através da morte de Jesus (Rm 5:10,11). A morte de Jesus além de nos reconciliar com Deus, ela nos redime, nos tirando da escravidão e nos colocando na liberdade do Filho de Deus (Jo 8:32,36). Diferente da expiação no Antigo Testamento, onde os pecados eram somente COBERTOS, não TIRADOS (Hb 10:4), no Novo Testamento na obra expiatória, Cristo TIRA o pecado do mundo, e não apenas COBRE o pecado (Jo 1:29)

A obra redentora de Cristo compreende a compra do pecador, cujo o preço do resgate foi pago por Jesus a Deus, o Pai (1Pe 1:18,19).

                Redenção do hebraico “ga’al”, que literalmente significa resgate, e do grego “apolutrosis” cujo significado é, a compra de um escravo para dar a liberdade. Dentre outros termos que tratam acerca do que a obra salvadora, esses dois, denotam o meio pelo qual a salvação é obtida, a saber: por meio do pagamento de um resgate (1Pe 1:18,19).

  1. CREMOS NO PERDÃO DOS PECADOS MEDIANTE O ARREPENDIMENTO E A FÉ.

Não obstante a ação do pecado do homem, cremos que, mediante o arrependimento deste, por meio da fé na obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, ele pode plenamente ser restaurado a Deus (Tt 2:11; At 3:19; Rm 8:1-3).

A palavra arrependimento do grego é “Mateoco” que significa mudar de mentalidade ou pensamento.

A Bíblia, assim como afirma que o homem é pecador por natureza, defende que acontece o perdão dos pecados quando o pecador se arrepende, deixa seus pecados e aceita a Jesus como Salvador e Senhor de sua vida. ((Mc 1:15; At 16:31)

A palavra perdão do hebraico “samat”, que significa deixar passar, colocar de lado ou esquecer. O Perdão é um ato dado por Deus aos que o buscam de coração. “Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades…” (Sl 103:3)

                Enquanto o perdão é dado por Deus, o arrependimento acontece quando o pecador reconhece que é pecador (Sl 51:3,4; Lc 15:18); sentindo tristeza pelo pecado (Sl 51 :7-9; II Co 7:10); e finalmente há o abandona do pecado (Sl 51: 9-12; Pv 28:13).

        CONCLUSÃO

               O homem se tornou pecador por causa do pecado de Adão (Rm 5:12), mas ao se arrepender de seus pecados é reconciliado com Deus, mediante a obra expiatória e redentora de Jesus Cristo.